Antes de qualquer coisa: é verdade. Um cidadão de 78 anos parou num famoso café da capital catarinense e deu de cara com um amigo de infância. Ficou emocionado. Fazia quase setenta anos que não tinha notícias dele. Se era vivo, se casara, se concluíra o ensino médio, se conseguira terminar um curso superior. O fato é que ele estava lado a lado com o antigo colega. E nesse caso, é antigo mesmo. Enternecido o ancião perguntou: “Então, lembra de mim?”. Surpreso e sem reconhecer, mas não querendo se passar por caduco arriscou: “Claro, é o Paulo”. O outro murchou, entretanto deu uma dica: “Estudamos junto quando crianças, rapaz”. Uma vasculhada na memória e nada. Daí a admitir a diminuição dos neurônios a distância era grande. “Lembro, lembro. É o João”, apostou. Jogada errada, dinheiro perdido. “Não, homem. Você não se lembra de mim”, conformou-se o leitor contumaz e fazedor de palavras cruzadas. E abriu o jogo: “Eu sou Honório, camarada. Estudamos juntos no primário, lembra agora?”. Cheio de ternura o esquecido admirou-se: “Honório, homem de Deus, você não mudou nada”.
Pois é.
Pois é.
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